Erasmo Figueira Chaves
Eu não sou isto, não sou aquilo,
O que de fato sou? Apenas mito, produto ou misto
Daquilo, em que vagamente especulo ou acredito? . . .
Como se pudesse impor minha vontade,
Em humildade, altivez ou insolência,
Pretender simplesmente quem sou,
Na eterna dependência da vontade,
Que minha não é, propriamente,
Na eterna subordinação aos conflitos externos ou internos,
Como se “fluísse por páramo culminante da invenção”,
Assim supõe Pessoa, não é? . . .
Ou se pudesse dizer ou dissesse,
Repetindo arrogantemente a frase
Que Cervantes, põe na boca de seu
Fabuloso Quixote: “Yo sé quien soy” !!! . . .
Se ainda me atrevesse
A relembrar, o que o Mestre
Dos Mestres, o iluminado,
O grande Sócrates, lá na Jónia,
Quando dissera outrora, no comecinho
Em que se nos ensinava o exercício
Consciente do honesto PENSAR:
“ Eu só sei que não sei nada” !!! . . .
Ah, se eu pudesse dizer e me atrevesse
A balbuciar com coragem, o que não posso e não quero:
“A única conclusão é morrer !!! . . . ?” . . .
Cabreúva, 25/7/15
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