Erasmo Figueira Chaves
Não havia lugar para nascer
Não havia lugar na hospedaria
E como não havia o que escolher
Nasceu o bebezinho na estrebaria . . .
Não havia lugar na hospedaria,
Teve que nascer na estrebaria ! . . .
Será que o filho de José e de Maria
Quis assim nascer, assim queria?
Que sentido, símbolo ou lição esse Divino QUERER traria?
Que secreta ligação ou missão teria?
Autêntica e simples VIRTUDE, humildade ou AMOR seria?
Ou na PAZ da candura o bebezinho bondosamente sorriria?
Sua vida e história contariam plenamente a que viria,
Qual o sentido e transcendência que à mesma lhe daria? . . .
A dizer-nos por parábolas, episódios e ações porque ofereceria
Tanta crença à VERDADE pela qual um dia morreria . . .
É essa exuberante VERDADE que brota simbólica daquela estrebaria:
A que não retribui com benesses, falsas honras, nem orgia
Mas edifica na ansiada naturalidade da Paz, na inevitável dor e na alegria,
A VIDA e Irmandade que humildade sã, generosamente inspirariam:
A sinceridade, a que se projeta além da vaidade e da egolatria,
que a cultura narcisista favorece e propicia.
Ao contrário, essa VERDADE é aquela que faz de todos um, na alma pia,
A que a balança simbólica da Justiça, deixa de ser apenas simbólica mas Justa,
Realmente Cega e imparcial, que nos impele dia a dia
À prática e à voz de quem sentindo-a em verdadeira expressão e dimensão,
exemplo e testemunho, a cria ! . . .
Humildade, com que a Alma agradecida, louva FÉ e Graça recebida,
Mesmo que o local em que se expresse a Vida,
Seja humilde, rude, modesta ou simplória guarida,
Humildade que trouxe à humanidade, a par de luz, AMOR, outra Visão . . .
Dimensão em que União, AMOR e igualdade, transformam o “OLHO POR OLHO E O DENTE POR DENTE” em compaixão,
Um
grande salto histórico evolutivo temporal, quando contrapondo-se aos
terríveis e impositivos Velhos mandamentos Mosaicos, surge o novo:
AMAI-VOS UNS AOS OUTROS”
Humildade, sensível à razão, ao filtro sensor do coração,
Capaz de sentir e aceitar ser no perdão, que se constrói sublime galardão,
O dos valores perenes, o de participar, colaborar, redimir, eis o brasão
Transformando em exemplo coerente e sentido de missão
Os vetustos e arcaicos costumes de deletéria expressão,
Ainda enrustidos na prática deletérea, na crença e egos atávicos
Como se fossem rosas ou lírios em botão.
Humildade, buscando contrapor-se, construindo o ideal de um Mundo Novo
Sem
ódio, sem senão, que desde então corre o infinito, inspirando patamares
e lentas conquistas e conversões, criando convictos seguidores em
vastos sonhos voos e ação,
Guiados pela mão Daquele que afinal nasceu no chão! . . .
Um novo mandamento vos dou: “AMAI-VOS UNS AOS OUTROS” ! . . .
NÃO HAVIA LUGAR PARA NASCER,
NO HAVIA LUGAR NA HOSPEDARIA,
E OMO NÃO HAVIA O QUE ESCOLHER,
NASCEU O BEBEZINHO NA ESTREBARIA ! . . .
ACADÊMICO: Erasmo Figueira Chaves
ACADIL
PATRONO: CESÁRIO MOTTA JÚNIOR
CADEIRA: Nº 31
Cabreúva, 12/12/1999
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