Posse do Presidente Benedito Cabral

A Academia Paulistana Maçônica de Letras realizou sessão solene de posse do Presidente Benedito Cabral, no dia 16 de julho, às 10 horas, na Avenida Paulista, 2001 - 13º andar, em São Paulo.
Almoço de Confraternização no Restaurante Picchi, Rua Oscar Freire, 533.

Posse Novos Acadêmicos

Álbum de Fotos do evento em comemoração aos 17 anos de fundação da Academia Paulistana Maçônica de Letras e da posse dos acadêmicos Luiz Flávio Borges D'Urso e José Maria Dias Neto.
Para aumentar a imagem, clicar na foto.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

“AS COMPANHEIRAS DA LOUCURA”

Erasmo Figueira Chaves

Repassando os olhos, por minha imperdoável empoeirada biblioteca, dou de cara com o livrinho de Erasmo, o meu Xará, intitulado “Elogio da Loucura”,  a soberba ironia de uma obra dedicada a seu dileto e ilustríssimo amigo Thomas Moro, a que, de imediato, dei breve repasso, aqui ou ali,  à leitura já de longa data, da minha juventude.  Da tremenda risonha atualidade da temática e sua acuidade com as evidências objetivas da nossa sociologia prática e política atual, não consigo evitar a tentativa de registar do longo discurso desse “Elogio irônico”, que a própria Loucura, personagem, se analisa em discurso público.  A acuidade atual do mesmo, que se resume no breve capítulo das “Companheiras da Loucura”. Fica claramente demonstrado na perspicácia do autor, que além de analista meramente risonho das tantas circunstâncias sociológicas captadas na história, a lentidão evolutiva de princípios evolutivos e da dignidade humana, confirmadas no século XVI, era ele, sem dúvida, um grande perscrutador profético. Demonstrado fica, em sua profunda ironia, quão longe dele estamos, a objetividade, a lucidez na forma de sua crítica, no processo visionário evolutivo da dignidade humana, o comportamento sociológico, a responsabilidade ética, moral, crescentes, geral e política das sociedades, entre as quais, inapelavelmente nos encontramos.
Assim discursa a LOUCURA: “AS COMPANHEIRAS DA LOUCURA”:“Esta de sobrancelhas franzidas é Philautia, isto é, o amor próprio. Esta, de olhos risonhos, batendo palmas é Kolaxia, a adulação. Aquela, de pálpebras cerradas, parecendo dormir é Lethes, o esquecimento. E aquela que se apóia nos cotovelos e cruza as mãos é Misoponia, a preguiça. Aquela que está coroada de rosas, toda perfumada é Hedones, a volúpia. Aquela que revira os olhos sem fixa-los em ponto algum á Anoia, a irreflexão. Aquela bem nutrida e bem corada é Tryphe, a moleza. Entre essas jovens, estão também dois deuses: um é Komo, a boa mesa e o outro, Nigreton Hypon, o sono profundo. Acompanhada por esses servidores que fielmente me prestam ajuda, estendo meu domínio sobre o mundo e reino até mesmo sobre os monarcas. . .” Recomendo a releitura plena do “Elogio da Loucura”, de Erasmo de Rotterdam. De tremenda atualidade.

15/7/16

Nenhum comentário:

Postar um comentário