Posse do Presidente Benedito Cabral

A Academia Paulistana Maçônica de Letras realizou sessão solene de posse do Presidente Benedito Cabral, no dia 16 de julho, às 10 horas, na Avenida Paulista, 2001 - 13º andar, em São Paulo.
Almoço de Confraternização no Restaurante Picchi, Rua Oscar Freire, 533.

Posse Novos Acadêmicos

Álbum de Fotos do evento em comemoração aos 17 anos de fundação da Academia Paulistana Maçônica de Letras e da posse dos acadêmicos Luiz Flávio Borges D'Urso e José Maria Dias Neto.
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quarta-feira, 1 de julho de 2009

CONVERSA DE SURDOS E MUDOS

Erasmo Figueira Chaves  

Imaginemos o que seria uma conversa entre mudos e surdos.  Suponho evidentemente, que deverão eles dominar entre si, algum tipo de linguagem, somente por eles entendível ou compreensível.  Para eles a audibilidade, ou a verborragia, a qualidade de ouvir, de  ser audível  ou a de falar, exprimir com palavras, conversar,  simplesmente não existem. Felizmente, ou  infelizmente ? !...    Vejamos:
Se os privilegiados pela Graça Divina, no uso de todas as faculdades e privilégios maravilhosos da natureza,  como o são a audição, a fala, a linguagem, a inteligência, a razão, o raciocínio, a emoção,  a sensibilidade para a percepção das coisas e valores, das cores, dos aromas, e em grau mais evoluído,  das sutilezas da ética e o sentido arguto a  perscrutar fundamental e naturalmente exigência humana inteligente e intrínseca,  a indagar, a penetrar segredos inerentes  à vida, inquietação e percepção que por princípio e direito universal, a todos os humanos iguala em diferentes medidas e estágios evolutivos, que igual e claramente os diferencia dos outros animais, destituídos que são de todas essas manifestações psíquicas e culturais evolutivas, diferenciais tão dignificantes da natureza humana, nada pode parecer entretanto tão ultrajante, injusto, exorbitante, que a existência possível desse anátema, essa condenação inevitável que execra alguns seres humanos do postulado e virtude da igualdade, que conscientemente  nos comove, ante a possibilidade concreta de assistirmos a um tal diálogo  entre “surdos e mudos”, de seres iguais a nós, nossos irmãos portanto. Mas essa é afinal a composição  da nossa natureza existencial, condicionada como bem sabemos  às imposições inevitáveis e hereditárias de nosso DNA. 
Na imaginação aventada acima, da hipotética conversa entre “surdos e mudos”, esses seres, nossos irmãos, iguais, mas inabilitados da capacidade da fala, para fácil entendimento de  todos e igualmente da audição, mas não evidentemente destituídos das outras faculdades e percepções humanas,  não os inibe ou livra  entretanto de se submeterem, aqui ou ali,  a situações engraçadas e risíveis, avidamente  por avoleza, insensibilidade,  superficialidade ou índole cruel, corriqueira maldade,  ante os circunstantes, genérica e fundamentalmente iguais .
Mas permitam-me uma atrevida alusão.  A verdade verdadeira, é que a sociedade em geral, no dia a dia, no comércio, na sociologia imperante, nas organizações políticas nacionais ou internacionais,  na Igreja ou nas religiões,  como fenômeno de um todo mundial, apesar da anomalia,  é que a espreita  inconsciente,  a oportunidade constantemente repetida, de falar-se o que se pensa, de ouvir-se apenas  o que interessa, sem interlocução,  de enquadrar-se como personagens dessa hipótese, risível : a  de uma conversa  que se eterniza entre “surdos e mudos”,  não se constitui necessariamente como a expressão evoluída do estágio da almejada civilização e dignidade humana, proclamada.  Cada um fala e ouve segundo as suas limitações. Jamais considerando as limitações do outro. Um mundo da “Sem razão”, onde os inimigos de ontem são os amigos de hoje e vice-versa, a ilógica dos julgamentos sub-reptícios de conveniência política, não importam as enormes incongruências, ilógicas ou confusas ilusões.   Assim tem sido na história. Assim é a história presente, seja o problema judaico-palestino, a revolta na Síria, no Egito, na Turquia,  no Iran, as ameaças com os exemplos punitivos pela hecatombe da morte de 1.400 pessoas pelo uso de gás Sarin, ou, não o esqueçamos,  as incoerências políticas de toda ordem, no âmbito nacional.  Basta que passemos a voo de pássaro, um olhar breve pelas diferentes Assembleias, tantas sem o necessário rigor descritivo estatutário, as reuniões de cúpula mundial, as das sociedades, clubes desportivos os mais diversos, condomínios, etc. etc. As espionagens eletrônicas, as pretensas ofensas, o reconhecimento dos conscientes ou inconscientes pecados, as radicalidades e retaliações. Os aspectos, as falhas e as preocupações humanitárias. Mas é essa sociedade que pretende estar a comandar os destinos da humanidade, em busca de uma “Igualdade, Paz  e Justiça”, com linguagens tão distantes e incompreensíveis ao entendimento real, ao consenso comum inteligente, como são em geral aparentemente as  “Conversas de Mudos e Surdos”,  intentando comunicar-se,  cada um  buscando  dizer em sua muito particular forma de comunicar-se, tentando dizer sem pronunciar,  esforçando-se por ouvir sem audição,  sem importar  fundamentalmente se a forma de dizer e ouvir, tem interpretação correspondente inteligente, ao contrário ou ao oposto, produzindo-se apenas barulho,  o tagarelar comum da casa onde “todos brigam e ninguém tem razão”. Tão provavelmente comum na era do “Troglodita”, lá tão distante na história da evolução, onde provavelmente não importava tanto a comunicação inteligente, inteligível, eficiente com o semelhante. 


DIGNIDADE:

D I G N I D A D E

Erasmo Figueira Chaves  

Ver o que vejo sem o ver,
Sentir o que sinto ao me sentir,
Dizer o que digo ao o dizer,
Pensar o que o pensar me permitir,
Traz-me a sutil consciência de fazer
Simplesmente, a tentativa na ação a assumir
Bondade evolutiva, na verdade e no prazer,
Quanto o é viver já dignidade, que há de vir !... 





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