Posse do Presidente Benedito Cabral

A Academia Paulistana Maçônica de Letras realizou sessão solene de posse do Presidente Benedito Cabral, no dia 16 de julho, às 10 horas, na Avenida Paulista, 2001 - 13º andar, em São Paulo.
Almoço de Confraternização no Restaurante Picchi, Rua Oscar Freire, 533.

Posse Novos Acadêmicos

Álbum de Fotos do evento em comemoração aos 17 anos de fundação da Academia Paulistana Maçônica de Letras e da posse dos acadêmicos Luiz Flávio Borges D'Urso e José Maria Dias Neto.
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quarta-feira, 1 de julho de 2009

O SENTIMENTO DA VERDADEIRA AMIZADE

"Querido irmão, confrade, amigo e Presidente Baccaro:


Quero de imediato, agradecer a gentileza leal de seus comentários, o apreço pelo conteúdo da análise exposta e,  desculpar-me profundamente pelo desagrado que involuntariamente lhe haja produzido o meu desprendido, despreocupado, desatente ponderação, quiçá inconsequente  ou irrefletida imprudência,  sana e meramente expressa  de certa forma talvez não devidamente planejada ou pensada, imbuído apenas de natural, simples e intima ironia amistosa, confiante em sua sábia e amiga interpretação, como na de todos os ouvintes, natural de minha disciplinada compreensão e aquietação à necessidade de concisão, geralmente priorizada  nas costumeiras preocupações generalizadas sobre o tempo  a ser dispendido,  como por exemplo o que normal e  prioritariamente se  dedica às  locuções públicas, culturais, ou apenas rotineiras, ou mesmo em nossas lojas, tenham elas consciente valorização, conteúdo ou não.   Não significaram de forma alguma qualquer intenção proposital ou consideração por querer, perceptiva de susceptibilidade negativa, desrespeitosa  a  quem quer que seja, muito menos obviamente do querido, generoso, inteligente confrade, amigo,  e Presidente Baccaro. Pelo contrário, quiseram significar, positiva e  paralelamente à irrequieta análise intelectual,  obediência, aquiescência disciplinada, ao bom critério administrativo generalizado de sua reconhecida disciplina de conduta e responsabilidade, tanto é assim que a priori, a obedecer a necessidade de ser breve, advertimos no início de que faríamos interrupção da leitura publica da matéria a ser lida, sugerindo aos eventuais interessados que poderiam concluir a leitura da temática em curso através de nosso site acadêmico da APML linguagemviva@linguagemviva.com.br., matéria enviada portanto previamente ao pronunciamento da palestra.

Por favor imploro à sua integra benevolência, discernimento e  consideração:  Nada, absolutamente nada, de considerar, como diz,  supostas  elucubrações de “desagrado às suas atitudes”.  Seria um contra senso e despropósito com o qual jamais comungo ou comunguei, e, disso os próprios confrades, em meus dois períodos na Presidência e longa militância acadêmica,  são testemunhas fiéis. Resultou apenas certamente em expressão infeliz, (não devidamente pensada, em suposta e sorridente bonomia e humor) ao discorrer de inadvertida e despreocupada pena, possível pressão do inveterado “tempo”para sua revisão, (que não houve) dirigida aos irmãos e fraternos. Nunca houve intenção “maquiavélica” inadmissível em nossa concepção de virtudes maçônicas. Não magnifiquemos o que não precisa de magnificação. Pelo mal entendido peço perdão ! . . .

Quanto ao título que menciona   para o anexo que na verdade se intitula de “O sentimento da Verdadeira Amizade”, postulados que intrinsecamente comungo,  não entendo verdadeiramente quem o tenha escolhido, nem a independência ou inferência internética eventual e como pode aparecer na circular referida, enviada a todos os irmãos e a outros dos muitos ouvintes à palestra assistentes, que me solicitaram o seu envio. Aos que receberam o envio, reenviarei a presente. 

Receba querido e respeitado irmão, com o meu  reiterado apreço,  confrade Amigo e presidente, o meu fraterno Abraço,


 Erasmo"



O SENTIMENTO DA VERDADEIRA AMIZADE



Erasmo Figueira Chaves

 Amizade verdadeira é pleonasmo. Amizade não pode admitir dubiedade. Autenticidade é sua essencialidade.   Apenas quero agregar mais valor ao que se pretende expressar.Obediente à bondosa sugestão do temapelo nosso Presidente da APML Archimedes Baccaro, que já não tão afável mas sempre benigno, levando em contalúcido e  fiel a administração do tempo, lembra-me no entanto da necessidade de considerar a brevidade e limitação do mesmo, ponderando prudentemente, com minúcia obviamente, a paciência dos ouvintes, embora certamente admita, como eu  sinceramente, estarem todos os presentes naturalmente imbuídos do sentimento de simpatia, compreensão, interesse,condescendência, benevolência,  amizade e, portanto livres,como fraternos cultores de Verdade e afeição, democraticamente adeptos cultivadores do santo atributo da paciência, virtude tão rara,teço então algumas considerações  sobre  o sentimento da verdadeira amizade e, transcendência, que hoje nos congrega a todos.
Na fraternidade da Maçonaria temos por princípio e costume imemorial tratar e considerar a todos os seus integrantes entre si, como “IRMÃOS”, pressupondo natural e grandiosamenteo tratamento espontâneo entre uma respeitosa amizade intrínseca, que tem um significado muito próprio, sem impureza ou defeito, de um todo essencial vivencial,um genuíno SENTIMENTO forte cultivado, uma fraternidade alimentada seriamente com naturalidade, por valores subjetivamente assentes e consentidos,essência de algo superior inerente e transcendente, votado e solícito à compreensão, sentimento real, autêntico, independentemente da relação com outras coisas ou circunstâncias, hipoteticamente imune a quaisquer desavenças, chuvas e trovoadas, embora saibamos objetivamente muito bem, como seres humanos de ego ainda em evolução, na vida prática comume na profanidade, haverem irmãos sangüinos que não são Amigos, desde os primórdios em que surge a humanidade (vejamos por exemplo, a ironia de Caim “Sou eu acaso o guarda de meu irmão?”na famosa história de Caim e Abel e na do filho pródigo) que naqueles começos evolutivos, na tomada de consciência de seu ego imediatista, em nada superado nem espiritualizado, um tanto ou bastante inculto, primário, se tomarmos com lucidez, objetividade e verdade científica a Teoria de Darwin, se comportam primitivamente, (na concepção de que o processo evolutivo não se restringe apenas à mera evolução física, que nos faz reconhecer-nos visual e instantaneamente como somos ou parecemos, mas constitui-se em processo contínuomilhenar de crescimento integral paulatino e constante da consciência e administração inteligente do ego, do seu condicionamento perceptivo à transcendência, esse fator tão importante e fundamental de que está o processo evolutivo constituído, que vislumbra, sem parcialidade e pragmaticamente, no compasso e pêndulo dos milênios inevitavelmente, a progressiva compreensão daética e a  moral, o BEM e o MAL, a interdependência, o BEM COMUM) e,por outro lado, constatamos haverem inquestionavelmenteAmigos, seresque se revelam verdadeiras expressões práticas bem evoluídas  de racionalidade crescente de fraternidade humana, impulsionando-a a patamares civilizatórios, responsáveis, compreensíveis racionalmente.  Princípios e padrões que nos têm levado historicamente, com todas as nossas limitações e tropeços do ego, a subir os degraus da civilização alcançando patamares de esperançosa dignidade humana, como a abolição da escravatura, os direitos humanos, a ideia da igualdade, a consciência do BEM COMUM, a interdependência real, a estruturação de instituições como a ONU, em busca da Paz Mundial, etc., etc.,ideais em que a Maçonaria em geral, no mundo inteiro, tem contribuído de forma decisiva a implantar exemplarmente,  como a que se configurou concretamente  na República Democrática, em que os postulados de Liberdade, Igualdade, fraternidade, lobrigaram e se estabeleceram definitivamente com racionalidade evolutiva, não importa os tropeços iniciais, tropeços oriundos de nossa ainda insuficiente experiência humana,em que afinal reconheçamos, todavia estamos envolvidos, ambicionando ainda e sempre o esclarecimento e luz do “Renascimento”ou nascimento constante, em pleno século XXI, propiciando esperança e  elucidação  a uma humanidade imersa em milênios de escuridão e limitações pela falta de educação da mente e do espírito, insuficiências ou restriçõesde toda a ordem e pela noite imensa da ignorância que ainda nos rodeia.  Esperando contudo que a mensagem do Grande Mensageiro, no famoso e decantado SERMÃO DO MONTE, produza a verdadeira germinação da evolutiva semente profética, síntese do cristianismo, e intrinsecamente inspiradora  da sublime dignidade nos ideais democráticos humanitários:  . . . “Haveis ouvido que foi dito, olho por olho e dente por dente, mas um novo mandamento vos dou: Amai-vos uns aos outros” . . .

Assim, vamos chegando a lobrigar pouco a pouco a coerência e racionalidade humanitária nos exemplos de vida de grandes reformadores, inspiradores de grandes avanços transformadores, mensageiros e líderes a que o mundo assiste, sem qualquer ironia, em candura e luminosidade de sentimentos, na busca de inteligente resposta e concretização cheia de sentido para a vida humana, na marcha lenta e milenar evolutiva:na interpretação e aplicação pragmática de : “I have a dream” “Eu tenho um sonho” de Luther King, de Gandi com sua resistência pacifica, do grande símbolo da Africa do Sul, Mandela. E agora a grande esperança da fala cândida e proficuamente carismática, do Papa, que foi buscar ao século XIII, a inspiração na vida, propósitos e dimensão de um São Francisco de Assis.    Perguntaram certa vez ao Dalai Lama:“O que mais te surpreende na humanidade? E ele respondeu: A  incoerência dos Homens !!! . . . porque perdem a saúde para juntar dinheiro, depois perdem dinheiro para  recuperar a saúde.  E por pensarem ansiosamente no futuro, esquecem do presente de tal forma que acabam por não viver nem o presente nem o futuro.  E vivem como se nunca fossem morrer . . . e morrem como se nunca tivessem vivido !!!  ! . . .    Bernard Shaw, um dos primeiros ganhadores do prémio Nobel de literatura, diz-nos: Você vê as coisas como elas são e pergunta porque? Mas ouso sonhar coisas que nunca foram, ou jamais existiram, e pergunto: Porque Não?

Conclusão: Faz-se imperioso, precisa a humanidade não tão somente apenas de lucidez e sentido, razão e ética, aspirações e sonhos, sentimentos, lealdade e autenticidade de coerência evolutiva, mas de ação prática vivencial, testemunhal, intencional, com a qual nos tornaremos competentes, congruentes exemplares e efetivos contribuintes técnicos, eficazes, harmônicos nesse ciclo interdependente interminável do  fantástico universo que nos abriga e no qual habitamos ou nos encontramos. Por isso o simbolismo maçônico de irmandade, assumindo eventuais dificuldades, imperfeições e imprevistos da convivência,  é tão vital, tão  importante, levado a sério, como  vitais são os problemas colocados  na mesa, com franqueza, no seio e intimidade da família  humana, com honestidade, confiança e humildade em busca de acerto, do exequível e inspirado rumo. A importância da verdadeira AMIZADE, da irmandade e respeito aos ideais da Maçonaria são tão vitais como vitais são o alimento, o pão nosso de cada dia.

 Leio-lhes alguns pensamentos sobre o tema da AMIZADE


De Ralph Waldo Emerson:

"Um amigo é uma pessoa com a qual se pode pensar em voz alta." (Ralph Waldo Emerson, pensador norte-americano)

"Acima de tudo, na vida, temos necessidade de alguém que nos obrigue a realizar aquilo de que somos capazes.Eis  o papel da amizade." (Emerson)


E de autores anônimos:

"Bons AMIGOS são difíceis de encontrar , mais difíceis ainda de deixar , e impossíveis de esquecer." (Autor desconhecido)


"Algumas pessoas fazem o mundo ESPECIAL só de estarem nele." (Autor desconhecido)


"Todos ouvem o que você diz. Os amigos escutam o que você fala. Os
melhores amigos prestam atenção ao que você não diz".  (
Autor desconhecido)
 

"A Lua às vezes tem o formato de vírgula para mostrar que nem no infinito a Amizade e o Carinho tem um ponto final." (Anônimo


O grande Fernando Pessoa, aparentemente um não professo, diz-nos em um de seus maravilhosos poemas cheios de conteúdo e significado:


“DEUS QUER, O HOMEM SONHA, A OBRA NASCE” ! . . .

E porquê a Obra Maçônica nasceu, estabilizou-se e expandiu-se ?  Porque estava sinceramente vocacionada a SERVIR, a dar-se, que é o LEMA,o mandamento sublime do CRIADOR, do G:A:.D:.U:., através de seu amantíssimo filho: “Não vim para ser servido, mas para SERVIR ! . . . ” Para olhar, viver, conviver, compartir com o meu próximo ! . . .

Estes extraordinários lemas de análise sociológica transcendente da justiça, do dever, do amor e daação que transcende a natureza física das coisas, têm tido no tempo a preocupação de vários expoentes das letras e da inteligência, dádivas sublimes do pensamento e do espírito pragmático da ética e da moral,   como no privilegiado intelecto de outro grande vate glorificador e estruturador de nossa língua pátria, essa maravilhosa, com a qual hoje nos comunicamos, que nos diz, lavrado lá pelos idos de 1550, apenas cinquenta anos após o descobrimento do Brasil, o extraordinário Luiz Vaz de Camões, exarado com amor crítico, concretado no famoso “Lusíades”,  dizendo-nos com aguda percepção sócio psicológica, em seu “Ao desconcerto do Mundo”, falando à eternidade, conclamando  à consciência evolutiva:

“Os bons vi sempre passar no mundo graves tormentos. Mas para mais me espantar, os maus vi sempre nadar em mar de contentamentos.  Buscando alcançar assim o “BEM” tão mal ordenado, fui mau, mas fui castigado.  Assim que só para mim, anda o mundo concertado !. . .

Verdadeiro e inexorável lamento, sentimento de frustração sem dúvida, comparável talvez com aquela sublime expressão do Grande mensageiro de todos os tempos, quando em pleno humano sofrimentoimplora ao G:.A:.D:.U:., soltando a impressiva e humana expressão de sua frustração, na oração às vésperas do seu inigualável martírio: “Pai, se é possível fazer passar de mim esse cálice . . . e, logo recapacitando-se de sua missão espiritual transcendente, completa, rendido à TRANSCENDÊNCIA exclama: mas faça-se a Tua Vontade !!! . . .” .  Sentimento Santo de “perda”mas perda “vitoriosa”, pois tinha uma MISSÃO exemplar a cumprir: a MISSÃO de “SERVIR” em primeiro lugar: Servir de exemplo à transcendência do Bem e do Amor universal humanitário, à irmandade que proclamava,  ante a corriqueira mentalidade geral irônica e cômoda do “não me comprometas”, exemplo de transcendência do BEM  e do AMOR, que realizam no tempo histórico a evolução, a superação da matéria egocêntrica animalesca,  aos princípios mais elevados  redentores da edificação da humanidade e da irmandade, à verdadeira, consciente e responsável JUSTIÇA,  da Liberdade, Igualdade, Fraternidade, à virtude e vitória de postulados sobre a ignominiosa injustiça da crassa e rude ignorância, a corrente obnubilação do pensar sério, PENSAR  compenetrado, à assunção  de missão e responsabilidades,  à confirmação da supremacia dos valores superiores do espírito transcendente, do caráter espiritual sobre oimediatismo da matéria, a vilania do mal, do erro e do natural primitivo egoísmo crônico.

Que lenta é a evolução !!! Que lerda !!! E no entanto para o convicto homem de bem, seja um maçon ou homem de autêntica fé, essa ação lenta e milenária imensa, mas profícua afinal,  já chegou, revelou-se na generosa e esperançosa crença em um G:.A:.D:.U:. que atua no tempo e na história, não importa quanto tempo leve,  através da ação inteligente de seus verdadeiros agentes fatores, SERVIDORES, trabalhadores humildes, construtores, verificando com visão crítica, honesta e sã, identificando onde o mal  está e age e como age, SUB REPTICIAMENTE,contrapondo-se estruturalmente com os remédios balsâmicos do exemplo pessoal, individual, vivencial e da análise dialogante abalizada: Assim historicamente já assistimos a subir alguns significativos degraus nessa imensa escala, à conquista da abolição da escravatura, aos postulados propalados dos direitos humanos, corolários da tão brilhante aspiração iluminista da Liberdade, Igualdade, Fraternidade, plenos de humanidade, aspiraçãode civilização.  Mas ainda é pouco !!!

Voltemos entretanto a citar Camões,  ao  seu visualizar intelectual em pleno século XVI, os males do atraso e da corrupção que ainda nos  limitam tanto:

“. . . No mais, Musa, no Mais, que a Lira tenho destemperada e a voz enrouquecida, e não do canto, mas de ver que venho cantar a gente surda e endurecida.

O valor com que mais se acende o “ENGENHO”, não no dá a Pátria não, que está metida, no gosto da cobiça e na rudeza, de uma agastada, insana e vil tristeza ! . . .”

A quem Camões, em pleno século XVI está dirigindo sua mensagem ?  Apenas aos seus contemporâneos,?ao  Rei,?à nobreza ?ao seu vizinho da esquina? ou à eternidade, cujo vibrante quanto empolgante conteúdo profético podemos aferir hoje, mais de 450 anos depois, em nossa presente sociologia? Não nos diz tão pessoalmente nada? Tão particularmente aos nossos ouvidos e consciência evoluída? Não nos conclama a meditar, a repensar-nos? . . .  A conscientizar-nos? . . .  A evoluirmos?

Eis a lucidez do espírito, que nos orienta e responsabiliza na crítica a combater a injustiça, a corrupção, o enrustido egoísmo do atraso “involutivo” e a produzir a Libertação da ignominiosa ignorância, tão latente ainda, que perversa e primitivamente presente, tanto dificulta e impede o estabelecimento da concórdia, da compreensão, do perdão, da lucidez, da honradez,da união, da Paz, da bondade,  do exercício inteligente dos recursos da mente construtiva, da aspirada e tão ambicionada EDUCAÇÃO, ORDEM E PROGRESSO,  que nos trará autêntica Paz, a lúcida noção do combate à nefasta corrupção de mentes e bens,  do verdadeiro “Reino de Deus” na terra.

Como vêm, caros irmãos dos diferentes credos religiosos e confissões cristãs ou não cristãs,irmanados em autêntico, natural, real, generoso, prático e espiritual ecumenismo, na necessária e pragmática análise da longa marcha evolutiva, histórica, geológica e arqueologicamente comprovada pela teoria do grande agente de Deus, que se chamou Darwin, a conquista de patamares de dignidade, civilização e humanidade, que afinal não nos têm faltado desde os primitivos tempos de Abraão, Moisés, Mahomé, Buda, Jesus,  pensadores, atores sensíveis ao espírito transcendente, contribuintes intelectuais e cientistas, revelações ao processo de PENSAR, de PENSAR BEM, com racionalidade e inteligência, a buscar praticar e visualizar a concepção da JUSTIÇA, O BEM COMUM, sensibilizações metafísicas, luz, visão da maneira pessoal de avaliar e aperceber aquilo que é vital, direito, certo,  que é justo, EQUITATIVO, imparcial,  o princípio moral em nome do qual o direito deve ser entendido, longânime e respeitado,  luminares extraordinários inspirados na orientação transcendente até os dias de hoje, através dos autênticos profetas, religiosos, sábios, filósofos, professores, cientistas, escribas, pensadores e poetas, exemplos de humildes servidores, padrões de moralidade e ética,  em inspirações práticas, palavras edificantes, vidas e dedicações abnegadas, técnicas, lúcidas, literárias, em respeito e coerência  à essência das normas, valores, virtudes, prescrições e exortações que verdadeiramente nos conscientizem e orientem, inspirada visionária e inteligentemente, das qualidades morais particulares dignificantes da cândida pureza, das beatitudes, a serenidade evocada pela contemplação da beleza da natureza, das boas qualidades, da culta tendência inata para as boas ações na sanidade do espírito,  justificantes de nossa realidade evolutiva, da bondade imanente,  como verdadeiros seres humanos, e não coisas andantes, instáveis e imprevisíveis, susceptíveis a entusiasmos epidérmicos momentâneos como fogo de palha, em pró ou contra alguma coisa sem profundidade consequente, atribuindo-nos com aparente e imodesto orgulho, arrogante ou vaidosamente, estar à cabeça de todo o espectro dessa evolução, dessa fantástica criação, dotados  de inteligência e razão, tendo sido concebidos  “nada mais nada menos”, à imagem e semelhança do Grande Arquiteto do Universo.   Pretenciosismo?  Ou desafio de um ego, eternamente proposto à aspiração responsável mais sublime ? . . .  Mas na realidade objetiva dos fatos e da imensa, imemorável história, muito embora reconheçamos algumas importantíssimas e relevantes expressõesdessa evolução fantástica, carecemos, e como carecemos, em termos de humanidade e civilização, do padrão aspirado e amadurecido da RESPONSABILIDADE consciente, individual e coletiva  sobre questões básicas tão importantes como maturidade, maturidade,  interdependência, liberdade, igualdade, fraternidade, responsabilidade.   Nada a ver com naturais interesses pessoais e tendências egocêntricas, hereditárias,de sub-reptícia manifestação e escondida autenticidade.  De certa forma, aqui ou ali, ainda aparecem, e como,estigmas de imaturidade, impressivos resquícios, explosões e expressões egocêntricas tão característicos de nossa primitiva origem. Permanecem claros vestígios concretos, vívidos e dantescos documentos do “troglodita”, no rápido instintivo e inculto concluir ou no agir impensadamente, no deixar aflorar, extravasar, emotiva e desbragadamente um ego descontrolado pela ambição desmedida, imediatista, fatores ineludíveis, a que o SER ou o não SER,não se furta ou esquiva,  que permanecem animalesca  e coletivamente em nós, por mais que tentemos ignorá-lo por rejeição, obnubilação, ignorância, preconceito, superior pretensão, arrogância, atraso, instintivo horror,  repúdio,  auto promoção, inadequada magnificação nas manifestações de um ego ainda primitivamente inconsciente, indomado e inculto,  ou incapacidade de auto análise. Haja visto as manifestações populares expressas com bela proposta de discussão ou diálogo pacíficos, que resultam a seguir em vandalismo descontrolado e depredações irreparáveis do bem comum.

 A nossa responsabilidade para com a Vontade de Deus criador, o inspirador eGrande Arquiteto de todas as coisas, ante a tremenda dimensão da compreensão do universo cósmico em que estamos inseridos, ou da inteligência, dimensão e potencialidades do universo espiritual potencialmente à disposição de nossa mente, sensibilidade e coração,  a nossa ansiedade por bem estar pessoal ou coletivo por pureza, intenção e desejo de vivê-la existencialmente,  obedecê-la, aparece comprometida, teórica, obnubilada, na  fragilidade psíquica de meros seres humanos em evolução, que ainda naturalmente ainda somos e, disso orgulhosamente não nos conscientizamos ou nos instrumentalizamos,  achando-nos  seres já perfeitamente acabados,  o que não nos é fácil lucidamente discernir coletivamente, envoltos como estamos em meio aos milênios passados e aos do por porvir, uma vez que “prioritárias razões imperativas do ego, geralmente obnubilado ou inculto”, meras razões atribuídas a superar quaisquer outras razões do coração, segundo Pascal, que nos tornam obreiros preguiçosos na prática,  hesitantes em executar, realizar vivencialmente o que só a irmandade humanitária promete, produzindo-se essa consciência anômala a pairar num limbo, num estado de indecisão, incerteza, indefinição em um ser superiormente dotado e vocacionado a tanto, aspiração grandiosa e  sublime,  que no entanto deixa tanto e  muitíssimo a desejar.  Falta-nos valor para perdoarmo-nos e reargirmos à ignorância que ainda nos cerca com lucidez? Falta-nos valor para admitir, reconhecer e dar exemplo coerentee testemunho insofismável  de que somos verdadeiramente os únicos seres cósmicos  com potencialidade e capacidade de compreender e sonhar, com dimensões indescritíveis sobre o nosso dever humanitário, unidos na irmandade de sonhar utopias, semear realidades, de produzir e propiciar unidade, igualdade e justiça para a consecução da irmandade fraterna universal? Meus queridos irmãos:qual a nossa inserção positiva, real, responsável, consciente no contexto contagioso político? Que realmente significa o poder divino que emana do Povo, organiza-se Pelo Povo e age para o Povo? Para a redenção de quê ?  Onde fica a nossa individual liderança crítica e exemplo? A quem conscientemente damos nosso voto? Isto talvez nos acomplexe pela dimensão exigida, pela ansiada esperade orientação definitiva que só a EDUCAÇÃO da mente e do caráter propiciará, complexidade a induzir-nos, fazendo-nos sorrateiramente driblar princípios, de assumir realidades não tão aliciantes de nossa conduta, enaltecendo o ego geralmente inculto e circunstancialmente limitado egoisticamente , evitando errática, consciente ou  inconscientemente, o tremendo desafio que recai sobre nossos ombros: o de sermos artífices SERVIDORES e não apenas vítimas indefesas usufruidores das migalhas que caiem da mesa, mas semeadores em terra ávida e fértil, autores, atores convictos, interpretes de uma realidade a propalar e, não apenas a de meros usufruidores, mas de verdadeiros pedreiros, escultures, brunidores, construtores da concreção  dos ideais e convicções em que genuinamente cremos: a Obra TRANSCENDENTE do espírito, nascida do QUERER divino, com a qual sonhamos a dar razão concreta e testemunho insofismável aos nossos anseios de bem, nossa aspiração de um correto, digno, coerente, estimulante DESTINO HUMANO, a grande Obra dos milênios do GRANDE ARQUITETO DO UNIVERSO.

 Assim o define o grande homem de Letras de nossa língua Pátria,Fernando Pessoa: “Deus quer, o Homem sonha, a Obra nasce”! . . . 
E termino com uma breve reflexão poética, que não se aplica ao nosso dourado sonho de IRMANDADE, eque intitulei:


T R O G L O D I TA

Será mesmo que regredimos?

Que regressamos à época das cavernas?

Que depois do Progresso pretendido e  tantos mimos, não  passamos de meros sustentáculos sobre pernas?


Em que o cérebro não preside,

Apenas assiste, não governa,

Meramente assente, consente ou  decide

Onde acaso nos levem  instintos  à  baderna ?


Premeditado, inconsciente ou conveniente acinte ?. . .

Em que ausente coração não  aperceba da ética

 fundamentos e, dessa dimensão trágica não ressinta?...


Melhor viver na  Capadócia,

Ou nas cavernas de tépida temperatura

Grosseira e ingénua  da Beócia,

Que exigir digna mente em tanta agrura na cultura ? . . .


E o troglodita ressurge impávido e sereno

Militando direitos, poder, conforto,  jamais deveres,

Apresentando-se ainda tosco, ignorante, desumano, ou obsceno,

ignorando em seu ego o crescimento, cultura, saber, educação, dever e construtivos afazeres ! . . .

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