Erasmo Figueira Chaves
Estapafúrdico, tudo o que é contrário à razão inteligente, o absurdo, disparatado, excêntrico, incoerente, a negação à aspiração evolutiva de dignidade humana. É infelizmente a situação escabrosa que vemos, vivemos e espantosamente assistimos, sem nada poder fazer, a não ser, usar, agradecer à Graça Divina, de apenas clamar com nossa inaudível voz, nesse deserto da estapafúrdica política, que à luz de lúcida crítica, nos sufoca avassaladoramente. Embora no dia a dia e no asfixiante envolvimento das responsabilidades, recusemo-nos objetiva e pacientemente a vê-la, é no entanto o que feericamente é visível ao espírito são de evoluído entendimento. O que teimosamente nos rodeia, nos envolve sorrateiramente, com inconsciente ou atávica aparente bonomia, aquiescência e frustração. Dizem que é afinal o resultado do que reza “simbolicamente” (deveria ser de fato !), o “Estado Democrático de Direito”, que nos rege pela Constituição. Ela, soberana, nos impõe por inspiração civilizadora evolutiva, como normas de conduta, instituídas e lavradas pela sã e iluminada consciência dos que capacitados Jurídica e profundamente democráticos, admitiram e consagraram liberdades, igualdades e fraternidades, dignas e lídimas aspirações para todos os que ao exercê-las, usufruí-las como sugerem generosa, digna e humanamente os “Direitos Humanos”, liberados a todos, sem qualquer restrição, aos cônscios e convictos cidadãos que naturalmente se inibam ou coíbam dos excessos, que eventualmente contradigam e contrariem o “BEM COMUM” e portanto a LEI. Óbvia e imparcial, constitucionalmente, reconhece-se inclusive prioritariamente a “Justa” defesa ao conflito ou ação proposta, às divergências, pendências, acusações, disputas ou contendas, a quem por ignorância ou erroneamente afinal os tenha juridicamente infringido e perdido, a redentora noção de sua consistência civilizadora, por insídia, conveniência pessoal ou partidária, traição ou cilada, própria tendência à contravenção, egocêntrica decisão ou ganância, falta ou lacuna de caráter ao SERVIR processos escusos oportunistas ou espertos, a que a LEI soberana, clara ou com interpretada ligeireza, quiçá confusa ou até, quem sabe, dubiamente manipulada, proíba radicalmente e condene. Busca-se peremptoriamente com a justa e honesta observância da LEI, realçar e preservar direitos humanos para “todos” sem qualquer exceção, não oportunismos, privilégios vedados por igual a “todos”, mas oportunidades reais, concretas, prévia, preventiva e democraticamente oferecidas republicanamente a “todos” os cidadãos, sem distinção de classes, pobres ou ricos, instruídos, privilegiados pela natureza ou não, cor, crença, ideologia ou partido. A ignorância da LEI ou o seu desconhecimento não exime absolutamente ninguém de cumpri-la, nem de se livrar airosamente dos castigos ao crime a que incivil e inconsistentemente se submeteu, colaborou, deixou-se consciente ou inconscientemente envolver, favoreceu ou nele se comprometeu, silenciou, sofrendo as penas que lhe forem impostas, previstas pela soberana LEI.
Estapafúrdia, estapafurdice, é portanto palavra um tanto benevolente demais, para classificar por exemplo as estrepolias, a gaiatice, balbúrdia, desordem, sempre rompante, arrogante do Rei do mensalão, sua atitude arrebatada, impetuosa, a maquinação na surdina com seus apaniguados mensaleiros, o comprovado e superiormente julgado articulador do atentado calculista visando A PERPETUAÇÃO NO PODER de uma facção política, manipulando-se sorrateiramente situações, consertando-se convenientemente agrupações quadrilheiras, produzindo-se artimanhas e engenhosos artifícios, sem consideração sensata alguma com o sistema republicano, adequado e democrático, exarados na Carta Magna, ao processo constitucional, cristalina e juridicamente definido, admitido constitucionalmente, no qual se estabelece e reconhece universalmente que o “Poder emana do Povo”, e somente em seu nome será exercido e representado.
Houve certamente um atentado, uma agressão contra as normas estruturais jurídicas democraticamente estabelecidas soberana e civilmente pela sociedade, a República Democrática Representativa.
A estultícia, a parvoíce, a tolice, a “cândida” pretensão, o desplante, a insolência, a desfaçatez, a aparente “inocência” na solicitação à justiça de pedir recentemente autorização para manter comunicação cívica com a sociedade, a qual foi precisamente a mais desrespeitada por ele, o orquestrador do famoso mensalão, por meio de um “Blog pessoal internético”, é ridiculamente condenável, descaramento impróprio quanto inadmissível. Para Quê? Para tornar uma massa de inadvertidos cidadãos, em geral inoperante, desconhecedora, desabituada à análise crítica ou totalmente carente, ainda mais confusa e dividida? Afinal um criminoso condenado, em julgamento perfeitamente democrático, não perde os seus direitos cívicos? Por mais que tenha a proteção divina e jurídica de seus “direitos humanos”? E os outros condenados, teriam a mesma regalia? Ou pode permitir-lhe a lei, “ensinar” livremente ou propalar ao povo, o seu já comprovado desrespeito à lei, o seu confrontamento com os que o julgaram legitimamente, um conteúdo de incivilidade, ilógica, manha, tendenciosidade argumentativa espúria, hipocrisia, confirmado cálculo, incoerência e insensatez democrática ? Para que servirá então o longo processo de um julgamento e uma indiscutível condenação de uma alta corte Jurídica ? Para a devida meditação e arrependimento do condenado? Para dar-lhe a oportunidade de bancar o Santo Agostinho (com o pedido de perdão pela sugestão abrupta) com as suas confissões? Para a recondução aos trilhos de um bom comportamento? Para convencê-lo afinal de que o “crime não compensa? Ou pelo contrário enaltecê-lo pela “injustiça do castigo”, pela pretensa lealdade a hipotéticos, manipulados ou desgastados “princípios” anárquicos, que mostram só insinceridade, superficialidade, desrespeito à inteligência alheia e egoísmo pessoal ou partidário nada patriótico, nada democrático, que não deve nem pode significar exemplo algum, dignidade nem altruísmo, pois o perdeu ao ser legitimamente julgado, a transitar e divulgar-se livremente como um ser “puro e são” de sinceros propósitos construtivos democráticos, mas vítima e não um culpado, devidamente julgado e condenado, para sociedade civilizada alguma? Para colmo, premiá-lo com a classificação de prisão semi-aberta e um salário de R$:20.000,00, por hipotético trabalho administrativo, afinal produto de uma duvidosa administração de um hotel milionário, que tem como presidente, um mero e dúbio funcionário subalterno auxiliar de escritório no Panamá? . . . Que manipulações descaradas e primárias !!! . . . Que falta de respeito com a inteligência pública !!! . . . Que detestável ! Execrável !!! . . .
Talvez perpasse, ainda que vagamente, pela mente primária, deseducada e egocêntrica desses mirabolantes arquitetos e estrategas “mensaleiros” e sobretudo em suas doentias propostas e, particularmente, às enigmáticas e “escondidas” quanto misteriosas lideranças, que candidamente nada sabiam, venham a pessoalmente considerarem-se a si mesmos, perante toda a sociedade, sem quaisquer resquícios de modéstia, serem de fato eles mesmos os “ídolos” patrióticos, os legítimos libertadores da Pátria, de um hipotético “apartheid”, espúria e triste imitação, da liderança iluminada que levou à prisão o grande “Mandela” por 27 anos de sua profícua juventude, por comandar cheio de valor, coragem e altruísmo, a causa contra o nefasto e hediondo apartheid, esse iluminado, nato e verdadeiro líder de quem hoje se anuncia o falecimento. Ou talvez se imaginem, tão auto propostos, arrogante, reservada e pretensiosamente, sem quaisquer diplomacia, constrangimento ou modéstia, burdamente significarem ou resguardarem para si futuro incerto, a imagem santa desse monumento humanitário universal, lutando por justiça, liberdade e igualdade, desprendido das coisas mera e secundariamente materiais, escassamente ou nada providas de edificante e universal transcendência.
Afinal, o Povo, de quem republicanamente se origina o poder, mas que paga honradamente e, como paga, com inaudito esforço, trabalho honesto e suado, a construção dos presídios e estruturas, a sua manutenção, conservação. Impostos escorchantes, taxas às dúzias, às dezenas e os desmandos que a má administração do Poder assim sub-repticiamente edificado, exerce, a rústica má fé reinante e rompante, a ligeireza de conceitos e preceitos. Esse povo, essa nação que afinal somos todos, não mereceria mais cuidado, conspícuo respeito, consideração republicano democrática, facilmente notada seriedade, clara visibilidade na propagação de uma realidade sociológica, que não a tão nefasta, como essa? Imaginemos: diga-se ainda, por “caridade simbólica” na suprema e risível hipotética esperança de que todos os “mensaleiros” fossem apenas inocentes e cândidas vitimas de sua boa intenção patriótica e que, por suposição, não soubessem ou não tivessem verdadeira consciência do imbróglio tenebroso em que se envolviam contra a nossa democracia, porque então ao aperceberem-se fatalmente do “engodo” em que porventura foram metidos, envolvidos, julgados, condenados, não apontaram corajosamente os culpados, não negaram conivência ao partido ou “patrão” patrocinador a que atabalhoadamente e estouvados serviram, comemorando sempre com gáudio e “Oba, Oba” com todos os integrantes , as aparentes “vitórias de um governo a que de fato se entregaram por interesses escusos subalternamente” e dele aproveitaram as vantagens todas e, as vitórias pífias, construídas por racionalizações sem fundamento em pura verdade compradas com esse dinheiro sujo? A única e “corajosa” denúncia ou repúdio foi afinal a do “companheiro mensaleiro” Jefferson, embora a tenha feito por vingança, “egoisticamente”, por não ter-se beneficiado na medida de suas ambições.
Fica mais do que claro que precisamos urgentemente CONSTRUIR a nação, a República Democrática que carecemos e ambicionamos, edificar prioridades impostergáveis, inadiáveis, entre elas a da EDUCAÇÃO, a percepção indispensável do que é próprio e digno, a D I G N I D A D E em todos os níveis e adjacências, sobretudo magnificando IMPRESCINDÍVELMENTE a coerência da EDUCAÇÃO DO CARÁTER. Preparemo-nos democrática e conscientemente para exercer o cívico dever do voto nas eleições que se aproximam. Exerçamos responsável e eficientemente o poder que a constituição Republicano-democrática nos reconhece e atribui !!!
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