Erasmo Figueira Chaves
Critica-se o presidente do STF Joaquim Barbosa, alguns jornalistas o fazem, por ter este se manifestado indignado, radical e veementemente, com a frase “O Brasil tem pressa”, ante a insurgência e discordância, um tanto capciosa de outro ministro, o meritíssimo Lewandoski, com a sua pretensão argumentativa de fazer-se JUSTIÇA !!! . . . Cabe certamente uma simples pergunta: Depois de devidamente julgados todos os réus nesse escabroso processo que indigna a nação inteira, caberia a inocente e cândida tentativa de protelação almejada, buscando-se uma “justiça” afinal já clara e indubitavelmente feita pela maioria dos magistrados ministros do Supremo? Tentar, buscar procrastinar , delongar, postergar o que é mais que sabido e assente sobre o crime de lesa pátria indiscutivelmente cometido, desconsiderando-se afinal a chocada opinião pública, é lutar, empenhar-se para que se faça justiça? O grande galardão da Democracia-republicana, encimando justiceiramente suas aspirações e atos, a opinião pública de um povo ambicionando direitos e crescimento, de onde enfim emerge o poder, não conta nada nas considerações de ordem jurídica, para que se lhe reconheça e se lhe faça igualmente justiça ? . . . Ou a Justiça é só favorável e facilitada prioritariamente aos que infringem as leis? Não constituir-se-á cabal e inegável injustiça, desconsiderar radicalmente a opinião pública que pachorrentamente espera a condenação dos “malfeitos” de malfeitores que pululam por todos os recantos da política sorrateira ? Não tiveram já estes indigitados, indiciados próceres e potentados, a sua condenação e simultânea, sobeja, quanto jurídica oportunidade de terem reconhecidos legalmente os seus direitos de defesa à exaustão, pelos crimes claramente definidos pela Constituição e pela lei? Crimes inegáveis cometidos à sorrelfa, à socapa, matreiramente, ao amparo e conivência das embora balofas e enganosas proteções políticas, que a dignidade da nação não pode jamais admitir a ninguém nem à sôfrega ambição desmedida, destituída de qualquer intenção de BEM COMUM ! . . . que nunca poderá ser apenas o bem particular partidário, do “Eu” egoísta e inculto !!! . . .
Por tudo isto é humana e perfeitamente compreensível , até elogiável a reação espontânea, indignada, o pronto antagonismo, a resistência a hipóteses inconvenientes ao célere e liso processo em marcha, a presença espiritual e física da pessoa presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Joaquim Barbosa, que além de seu arcabouço ético-moral, da estatura de magistrado e dimensão jurídica, não abdica de sua humanidade, não coíbe o aparecimento de suas espontâneas reações anímicas de pessoa humana, deixando transparecer com vigor as características mais lídimas do homem de bem, a capacidade de indignação valorosa contra toda a classe de hipóteses negativas da ação restritiva do mal, como possam ser eventuais tentativas de procrastinações descabidas, manipulações e artifícios, que só podem desiludir uma “Nação que tem Pressa, suma pressa”, mas um ser humano que carrega sob seus ombros a tremenda responsabilidade de presidir esse importantíssimo organismo jurídico, o STF, um dos pilares em que se esteia o equilíbrio democrático-republicano da nação.
Não há mais lugar para protelações, aparentes reações, desvios e contradições, sub reptícias e incompreensíveis posições, marchas e contra marchas, hipóteses e possibilidades a favor ou contra, intermináveis e repetidas demandas num processo, buscando-se ainda amenidades em benefício de réus já julgados, alguns dos quais condenados, ainda transitando no Congresso Nacional, exibindo os louros de representantes da lei, perante o povo, que isso não compreende, fazendo-se vista grossa aos princípios sobre os quais se baseia a lógica, a inteligência vulgar e a dignidade humana. Perdeu-se então a coerência e a capacidade de indignação por causas justas, pelo BEM COMUM, sobretudo quando não se conhece deliberada, “inocente” ou maquiavelicamente, a tremenda e grave injustiça que significa ignorar-se deliberadamente a opinião praticamente unânime da opinião pública ? . . .
Porquê o povo se manifesta nas ruas ? . . . Porque entende perfeitamente bem como os três poderes vitais da República se equilibram e respeitam? . . .
É unicamente ao povo que lhe corresponde inspirar heroicamente, comportar-se e indignar-se civilizadamente, à espera de ambicionada canonização? . . .
Nenhum comentário:
Postar um comentário