Erasmo Figueira Chaves
Que dolorosas reflexões, nos sugerem os acontecimentos dantescos em Paris, deste fim de semana, que culminaram nessa selvageria, ferocidade, emanando terríveis odores, tristes lembranças e series de outros, que nos reportam ao verdadeiro primitivismo, ao inteiro retrocesso e à completa incivilidade. A barbárie instintiva inicial, terá sido ultrapassada, ou paulatina, animalesca, insistente e brutalmente ressuscitada? Que sentido resta ao processo de milhões e milhões de bilhões de anos evolutivos? O que é que nos invade, rodeia, manieta, cultural e materialmente?
O colapso de hábitos e costumes edificantes humanitariamente, o ensaio, a experiência de tentar-se consagrar a felicidade e satisfações meramente pessoais, ou quiçá, quem sabe, talvez religiosos, como um direito político, as paixões irracionais incontroláveis como uma aspiração máxima da personalidade egoísta e egocêntrica, de um imediatismo superficial, impensado, destrutivo, empedernido, ególatra, desapiedado e egotista, de elaboração simplória, simplesmente desumana.
Que expressividade tem a arte verdadeiramente, em qualquer de suas múltiplas expressões e formas? É a EDUCAÇÃO realmente vital, formativa e veemente? De que índole ou tipo? Para onde foram ou ficaram valores tradicionais, como a prudência, a humildade, a compreensão, a tolerância, o respeito à vida, a honestidade, a moderação, a dignidade, a responsabilidade, a polidez, a compaixão, a caridade, o cultivo da mente e da arte do honesto PENSAR, num processo eficaz pessoal e coletivo de evolução, visualizado através de um BEM COMUM , unificador, civilizador?
Foi apenas comodidade, medo à DOR eventual, meramente requerida ao VALOR , ou a ela de fato inconsequente e extravagantemente propiciada, errática, incoerente, indecisa, incontrolável, inconsciente, inconsistentemente, sem aprofundamento de abstrações ou virtude, sem firmeza moral ou qualquer MÉRITO transcendente, sem prévio horror, em errôneo temor, sem louvar, sem louvor à VIDA, sem valorá-la devidamente, como princípio vital, primordial, prioritário evolutivo, civilizador, sem impregná-la primeiro, do que nos distancia do animal que biologicamente somos, em valorosa ação edificante evolutiva de AMOR, à essencialidade do que pretensa e ambiciosamente somos, ou ansiamos ser. Retrocedemos?
Cabreúva, 15/11/15
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