Posse do Presidente Benedito Cabral

A Academia Paulistana Maçônica de Letras realizou sessão solene de posse do Presidente Benedito Cabral, no dia 16 de julho, às 10 horas, na Avenida Paulista, 2001 - 13º andar, em São Paulo.
Almoço de Confraternização no Restaurante Picchi, Rua Oscar Freire, 533.

Posse Novos Acadêmicos

Álbum de Fotos do evento em comemoração aos 17 anos de fundação da Academia Paulistana Maçônica de Letras e da posse dos acadêmicos Luiz Flávio Borges D'Urso e José Maria Dias Neto.
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quarta-feira, 1 de julho de 2009

Cerimônia de Posse do Novo Presidente da APML

A Cerimônia de posse do novo presidente da A.P.M.L., Professor Shlomo Zekry, que aconteceu no dia 27/2/2010, foi orientada e presidida por um dos seuslídimos fundadores e presidente de honra da Academia, Dr. Antonio Soares daFonseca, que depois de eximia condução dos trabalhos ritualísticos eelaborada oração passa a palavra ao presidente da gestão cessanteDr. L. Dalton, para a referida transmissão.
Logo, instado pela presidência faz uso da palavra o past-Presidente Professor Erasmo Figueira Chaves:

Aos que presidem e compõem a mesa, produzindo esta egregora tão propícia, inspiradora e essencial, os meus parabéns! Ao novo e ao Past-presidenteimediato o meu abraço e votos de plenitude e felicidade no desempenho deseus ideais maçônicos. Uma palavra legítima de congratulação e identificação com este momentosolene, que envolve inapelavelmente os destinos e significado de nossosodalício, desejo com imenso prazer proferir, pois trata-se com justiça dereconhecer, de enaltecer, consagrar e ressaltar a missão e sentido dasignificativa A. P. M. L. e sobretudo aos ideais que a movem, expressos nas"letras" de sua significativa e titular definição: "Academia PaulistanaMaçônica de Letras".
As letras de nossa agremiação não são, nem podem ser quaisquer letras, letras corriqueiras, comuns, vulgares, destituídas do espírito samaritanoreparador e construtor, mas certamente são e serão sempre as letrasMaçônicas, cristalinamente testemunhais, aquelas que produzem bons frutos, oriundas da alma, mente e coração, cultivadas como um todo harmônico naverdade de fatos concretos, transparentes, translúcidos, límpidosinstrumentos e bons documentos, letras abrigadas e latentes num corpomaterial concreto, mas passageiro, missionário e etéreo, DNA traiçoeiroquando não avisa seu possuidor, administrador da transcendência de suarealidade terrena e passageira, letras que Só são imortais quando eivadasde destinos grandes e princípios salutares, cônscias, construtivas, exemplares, expressivas, significativas para a construção da pedra polida, brunida, luzidia, que antes era bruta e rugosa, como a pedra bruta em queMiguel Angel visualizava, previa que naquela brutalidade, o maciço de pedrabruta, a "Pietá" lá estava dentro, "bastava apenas lapidar-lhe osexcessos". Letras enfim que constituem palavras, palavras que representamgestos, perfis e atitudes, atitudes, expressões, sutilezas, parágrafos, preciosidades oriundas contudo do ser material evolutivo claramentevisível, palpável, concreto, mas veículo poderoso, instrumental, imaterial, transcendente e civilizador, que da perfeita consciência da animalidadehistórica original que o constitui, se torna evolutivamente a expressão davontade transcendente da criação. Letras, letras de humildes pedreirosconstrutores de ogivas materiais, inspiradas no entanto nas linhas ogivaisdas mãos postas em oração, oração latente, permanente, constante, residente nos ocultos escaninhos de neurônios bem computados, cuidadosa econstantemente alimentados e, na magnificência de coração sensível aosacordes do bom senso e do bem comum, na ação esperançosa transcendente edignificante, obediente à culta inteligência e à razão evolutiva.
As letras e atos maçônicos precisam estar imunes às influências econtaminações externas de uma civilização espúria, mas contrariamenteprecisam e devem significar testemunho cristalino, transparente e influênciaeficaz aos costumes deletérios e comportamentos nefastos externos.
Foi nessa realidade transcendente em que o nosso ilustre irmão Ruy Barbosa, "batalhou o bom combate" durante toda a sua brilhante e significativa vida.Por esses ideais estrebuchou em certo momento histórico de nosso país. Meucomentário se insere e identifica respeitosamente, com a expressão derepúdio ao nefasto tão espontaneamente manifesto por Ruy, em suas sentidaspalavras de cidadão moralmente ofendido.
Educação! Educação! Educação! É o que clama a nação!!! . . . Essas são as "Letras" que aspiro e propugno para nossa Academia Paulistana Maçônica deLetras".
O irmão Ruy Barbosa: Uma benção. Paladino inconfundível, espírito dejustiça, expressividade altruísta e patriótica. Vida totalmente dedicada aconstruir civilidade, cidadania e civilização. Cabal testemunho deintegridade e clarividente inteligência. Um grito de virilidade e lucidezintelectual. Lamento lúcido, conspícuo, espontâneo, sincero de dor que nãoabala , mas afirma sentida, lapidar e cristalinamente profundas, apropriadase muito pessoais convicções: ". ..
De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega adesanimar-se da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto"Ruy Barbosa - 05/11/1849-01/03/1923". . .
A pátria não é ninguém: são todos; e cada qual tem no seio dela omesmo direito à idéia, à palavra, à associação. A pátria não é um sistema, nem uma seita, nem um monopólio, nem uma forma de governo: é o céu, o solo, o povo, a tradição, a consciência, o lar, o berço dos filhos e o túmulo dosantepassados, a comunhão da lei, da língua e da liberdade. Os que a servemsão os que não invejam, os que não infamam, os que não conspiram, os que nãosublevam, os que não desalentam, os que não emudecem, os que não seacobardam, mas resistem, mas ensinam, mas se esforçam, mas pacificam, masdiscutem, mas praticam a justiça, a admiração, o entusiasmo. Porque todos ossentimentos grandes são benignos, e residem originariamente no amor. . ."Ruy Barbosa: Palavras à Juventude.
QUE MARAVILHOSA CONCEPÇÃO DA DEMOCRACIA REPUBLICANA! . . .
Podemos nós"imortais" das letras maçônicas ser coadjuvantes e instrumentos na suadifusão? ...
No entanto esta insigne figura, maravilhoso exemplo de nossa história eincomensurável valor cultural, embora presidindo em frio bronze o plenáriodo nosso Congresso Nacional, não consegue impregnar os congressistas, com oseu vital exemplo, espírito lúcido, sentido de missão, justiça e palavramensageira edificante.. . .
(Aliás,quando Ruy Barbosa declarou: "a justiça tardia nada mais é doque injustiça institucionalizada" sequer imaginou a falência moral em queseu País um dia fosse mergulhar.). ..
Outro maravilhoso irmão, no vigor de sua juventude aos 24 anos, mais umentre tantos maçons ilustres, tem a coragem e a dignidade de elevar sua vozclamando e chamando a atenção do todo poderoso José Bonifácio, amigo, ministro e conselheiro do Príncipe e Rei, envergonhado e indignado contra osistema que permitia o tráfico de escravos:
"Andrada, tira esse pendão dos ares!!!”. . .
Coragem, coragem, coragem, autoridade moral, testemunho e ação!!! . . .
Na atmosfera de corrupção e desastres políticos e administrativos por quepassa a nação, qual o desafio que se nos apresenta, como representantes dasletras maçônicas? Qual o dever ou contribuição que nos é requerida ou de nósesperada?
A propósito, qual era a atmosfera da realidade sociológica imperante nosidos tempos da era Camoniana? Luiz Vaz de Camões, estruturador, depuradorda nossa língua, a maravilhosa língua portuguesa com que nos comunicamos ecom ela elaboramos, idealizamos, nos realizamos, dizia, em singelos ecorajosos versos, à época dos descobrimentos, lá pelos idos de 1550: . . .
"Ao desconcerto do Mundo”. . .
"Os bons vi sempre passar
No mundo graves tormentos,
E para mais me espantar
Os maus vi sempre nadar
Em mar de contentamentos.
Buscando alcançar assim,
O "bem" tão mal ordenado
Fui mau, mas fui castigado.
Assim que só para mim,
anda o mundo concertado!”. . .
Luiz Vaz de Camões Cansada está a nação de ver-se constantemente retratada nessa injusta, nadainstrutiva pedagogia e confusão desconcertante, nessa autofagia de conceitosentre princípios e regras, produzindo-se o constante deprimente conflito, soberanamente injusto e frustrante sentimento do cidadão comum, em que pormais que faça e imite o comportamento geral, na cândida intenção de acerto, admitido como razão consensual, na ausência de orientação confiável e RumoCerto, não deixa de errar constantemente e sentir compungido, amarfanhado, triste e profundamente "que só para mim, anda o mundo concertado!". . . Esó ele portanto castigado! . . .. . .
"O favor com que mais se acende o engenho, Não no dá a Pátria, não,Que está metida no gosto da cobiça e na rudezaDe uma agastada, insana e vil tristeza" . . .
Luiz Vaz de Camões
"Agastada, insana e vil tristeza" numa época de esplendor advinda dosdescobrimentos, em que Portugal dominava as rotas marítimas e o comérciomundial. Ah,. . . Mas a bendita, ou melhor, dizendo, a maldita, maldita eeterna corrupção, grassava tanto então como agora, impedia vôos do espíritode justiça e fraternidade para todos igualmente. O ar se tornara igualmente irrespirável! . . .
A quem estava falando, com suas mensagens o grande vate? Apenas a seuscontemporâneos? Ou suas mensagens encerram conspícua lealdade a princípios eternos que sempre se esquecem, ou jamais se aprendem de geração apósgeração? Não está falando-nos pessoalmente hoje? Podemos nós maçons eliteratos contribuir de alguma forma para modificar esse status?
Espelhemo-nos e inspiremo-nos no espírito do grande maçon e literato que foiRuy: . . . "Porque todos os sentimentos grandes são benignos, e residemoriginariamente no Amor”. . .(Ruy Barbosa - oração aos moços) Amor fraterno para com a humanidade, paralelamente ao amor fraterno entreirmãos. Amor que nos impele à ação da coragem, do alerta, da admoestação, dasinalização de escolhos, para a correção de rumos. Amor que nos leve intimae categoricamente a saber que não se pode servir a dois senhores ao mesmotempo. Amor que nos inspire à palavra de contemporização, sempre que a mesmaconduza à verdade, à justiça, ao perdão aspirado e à bondade inconfundíveldesejada, sem qualquer hipocrisia ou cálculo malsão. Amor que em si éautoridade moral. Amor que impregna a alma, a mente e o corpo, inspira aação apropriada, necessária e de bem fazer. Da mesma forma que a essência dobem sublime da cidadania, da fraternidade e do bem comum, se insere e auferedo extrato essencial do samaritano cristianismo, que nos foi ensinado peloMestre dos mestres no Sermão da Montanha: . . . "Haveis ouvido que foi dito- olho por olho e dente por dente, - mas um novo mandamento vos dou: Amai-vosuns aos outros!!!”. . .


Erasmo Figueira ChavesPast-Presidente da A.P.M.L.

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