Erasmo Figueira Chaves
No
quadro político que nefasta, ansiosa, ou quem sabe esperançosamente, se
desenha, ocorrem-me candidamente algumas perguntas e questionamentos
que comparto com amigos ou quem porventura possa generosamente
elucidar-me, em diálogo perscrutador: no simples dilema, por exemplo,
que tanto motivou a Sócrates, o grande mestre, e pensador: “Salvar a
vida para vivê-la errada”?... “Salvar desgoverno porventura, para
seguir desgovernado”? Ou apenas pretenderia testemunhar mostrar,
gloriosamente, valores diferenciais humanos, da “PESSOA HUMANA”, com seu
extremado exemplo, de um SER evoluído, dignificado por princípios,
jamais por interesses escusos, por convicção cultural e espiritual, de
um porquê da VIDA, que sentido dar-lhe, qual significado lhe estaria
implícito, qual vereda valeria vivê-la sagrada? Definir vida
transcendente à meramente biológica, instintiva e egocêntrica, era para
ÊLE, nesses primórdios filosóficos, como de fato se impõe ante a
racionalidade ou transcendência, o que é, inevitável, no processo
responsável de PENSAR, fenomenologia que nos projeta à consciência de
EXISTIR, (Imanuel Kant) imprescindivelmente necessária à civilização, à
evolução, à DIGNIDADE, que acaso nos imponha a evoluída razão. É Sócrates, quem certa e luminosamente Inspira,
a seu fabuloso discípulo Platão, a substanciosa ideia da República e
do “BEM COMUM”. Tantos séculos se passaram em exemplos de profunda
consagração e frustrações políticas e até religiosas, quando uns
quatrocentos anos depois, surge a asseveração, desta vez teológica,
crença fora do alcance da ação e do conhecimento, puramente religiosa,
em Cristo, com o mandamento transcendente a iluminar, humanizar, a
civilizar, salvador: “Haveis ouvido, que foi dito: - olho por olho, e
dente por dente - (a antiga lei de Moisés) mas, um novo mandamento vos
dou: Amai-vos uns aos outros”. Eis a interdependência civilizadora.
Eis o Amor. Em essência está falando da Evolução Humana, necessária à
dignidade e à civilização, à interdependência salvacionista, no
testemunho, na ação, no aqui e agora, sem egos empedernidos,
intransponíveis, visionando paz e amor exemplar autêntico,
transparente, transcendente.
Sob
a acusação de corruptor da juventude, por amorosamente tentar ensiná-la
a PENSAR, responsável e coerentemente, independentemente,
persistentemente, dialogando, Sócrates achava que as ações más e
erradas, o errático, a empedernida e obtusa teimosia, originavam-se da
IGNORÂNCIA e do fracasso em descobrir por que as pessoas agiam dessa
Forma. O seu método conhecido como socrático, se expressava no Diálogo.
Na argumentação que consiste em contínuas perguntas e questionamentos
às eventuais respostas, para encontrar-se com a razão transcendente.
Depois
de seu discurso sobre a “imortalidade da Alma”, Sócrates, toma altivo e
sereno, de forma decidida, a real e simbólica taça com a cicuta.
Se aos meus 85 anos,
Tentando admitir que a vida é curta,
Que pensarei aos 100, ainda temporãos,
Sem o dilema de Sócrates, a tomar Cicuta? . . .
Teve que tomá-la, por Amor
À virtude, a testemunhar que a havia pouca,
A tentar edificar dignidade, no humano andor
Evolutivo dos milénios, a construir, não razão oca
Mas a inseri-la por coerência
Com o que sempre predicou,
A tentar construir um mundo de decência,
Razão e Dignidade Humana, à qual se dedicou.
Pois as leis a que ajudou e, edificou,
Assim previam, reclamavam por moralidade,
E, mesmo que já fosse adiantada sua idade,
Não as evitou, nem à pena prevista se privou.
Pois dessa pedagógica posteridade,
Em teoria e prática, dela se impregnou,
Símbolo incomensurável da VERDADE,
COM QUE À VIDA transcendente, dignificou!!! . . .
13/4/2016
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