Posse do Presidente Benedito Cabral

A Academia Paulistana Maçônica de Letras realizou sessão solene de posse do Presidente Benedito Cabral, no dia 16 de julho, às 10 horas, na Avenida Paulista, 2001 - 13º andar, em São Paulo.
Almoço de Confraternização no Restaurante Picchi, Rua Oscar Freire, 533.

Posse Novos Acadêmicos

Álbum de Fotos do evento em comemoração aos 17 anos de fundação da Academia Paulistana Maçônica de Letras e da posse dos acadêmicos Luiz Flávio Borges D'Urso e José Maria Dias Neto.
Para aumentar a imagem, clicar na foto.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

MARITACAS DE ALÉM . . .

Erasmo Figueira Chaves


Todos os anos, aladas,
nos meses de Agosto/Setembro,
com pompa e coorte real,
visitam-me as maritacas, ou maitacas,
ou jandaias, verdes e amarelas,às vezes de fronte vermelho alaranjada,
com costumeiro alarido, uso e abuso
da algazarra alegre de matracas
em seus vôos multicores.
Vêm aos bandos pousar
na enorme suinã
que preside majestosa
a área do meu jardim.
De longe vêm,
de além , das matas e selvas,
cansadas mas despertas,
maritacas verdes e amarelas,
confundir-se ou destacar-se
no vermelho alaranjado, dourado da floração,
com suas asas abertas,
a mostrar o abdômen de amarelo fascinante, e parte das rémiges azuis,
a pousar suavemente nos galhos prenhes,
cheios de flores e rebrotos de coral,
dessa espevitada, desajeitada, mas robusta árvore,
que ousa ainda impôr-se pomposa a tal repasto geral.
As maritacas atacam
voraz e ávidamente
bicando, degustando seus incandescentes, suculentos
brotos e rebrotos
e
maritaqueando, alvoroçadas, ou em suave crocitar,
logo ao amanhecer,
até estarem refeitas, satisfeitas, fartas, fortes e almoçadas.
Aí, voam e revoam
e voltam a descansar, ao quase imperceptível crocitar e a pastar.
Sempre em alegre alvoroço, inquietas,
a debandar em seguida num constante revoar,
ir e vir em revoadas
até o dia seguinte, repetindo-se as visitas
ininterruptamente até toda a florescência cessar de brotar
e finalmente fenecer.
São semanas de riqueza e luminosidade ! . . .
Momentos a reviver, em saudade ! . . .
Até o ano que vem, maritacas de além ! . . .


- 2 -


Maritacas verdes, amarelas,
tão belas como só elas ! . . .
Como o país nosso e delas ! . . .
Maritacas verdes e amarelas,
que vêm a cada ano visitar-me
com seu algaravio, alvoroço alegre, vibração, pompa, canto e cerimônia,
frente às janelas da casa do Caí,
desta mansão mansidão, que se ilumina
todo o dia, pelo Sol a pôr-se,
bola de fogo, vermelho, alaranjado,
atrás da Serra do Japi,
que resplandece ao revê-las,
amigas, maritacas verdes e amarelas,
tão tagarelas e belas,
a enriquecer-me os dias
já claros de envelhecer,
com a paz e encantamento que meus olhos podem ver,
a alma reconhecer
e contrita agradecer . . .

Cabreúva, 3 – 9 - 2000

Nenhum comentário:

Postar um comentário