Posse do Presidente Benedito Cabral

A Academia Paulistana Maçônica de Letras realizou sessão solene de posse do Presidente Benedito Cabral, no dia 16 de julho, às 10 horas, na Avenida Paulista, 2001 - 13º andar, em São Paulo.
Almoço de Confraternização no Restaurante Picchi, Rua Oscar Freire, 533.

Posse Novos Acadêmicos

Álbum de Fotos do evento em comemoração aos 17 anos de fundação da Academia Paulistana Maçônica de Letras e da posse dos acadêmicos Luiz Flávio Borges D'Urso e José Maria Dias Neto.
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quarta-feira, 1 de julho de 2009

F R U S T R A Ç Ã O

Frustração é crer, amar, querer, criar, ver, lutar, intuir, afirmar, sentir ardentemente alguma coisa e não vê-la fluir, frutificar, crescer, não podê-la fruir, estimular, proporcionar, torná-la perene na vida , na ética, na bondade da terra, na vida de uns e de outros. É ver que não a vêem, não a ouvem, não a querem ver nem ouvir, tampouco inspiram fragrâncias da pureza matinal, não degustam do delicado néctar, essencial ao seletivo e frágil colibri, beija-flor feliz e multicolorido, não se maravilham por nada ao seu redor e à sua visão, não se extasiam ante a explosão de beleza de um arco - íris, não sentem o sopro sutil da brisa sobre a face, nem seu tacto percebe as asperezas rugosas da árvore milenária ou seus sentidos se regozijam ao contato do orvalho da manhã. É não vê-la respeitar por quantos estão dotados dos dados para nela construir a forma e a essência do próprio, do possível e da decência . É compreender a impossibilidade de torcer o curso ao incompreensível processo da realização da verdade que não é nossa nem única, mas da eternidade, da qual fazem parte o todo e todos sem terem sido perguntados, convidados, mas perante cuja realidade ninguém absolutamente se pode negar, fugir, mentir-se, escapar ou fingir. É o inexorável processo evolutivo do ponto e contraponto, marcando a rota e marcha do mecanismo imponderável, incognoscível, do qual a duras penas nos recusamos a participar conscientemente. Frustração, grande e profunda frustração, foi principalmente a de um Homem , coroado de espinhos , morto em uma cruz entre dois ladrões, também crucificados, por ter querido apenas interferir no processo redentor, com a lucidez e a profundidade da santidade reveladora : Um Homem, que consegue dimensionar realidade e dualidade humanas, nos limites de sua fraqueza e na força moral-espiritual da Grandeza, Verdade, Vocação e Vontade Transcendente de Deus : "Pai, tudo Te é possível ! Afasta de mim este cálice, . . . mas faça-se a Tua vontade" . . . Um Homem, cuja mensagem iniciou um processo complexo e longo de transformação da história , precisamente no período em que ela nos relata a maior mesquinhez, pequenez, sordidez e injustiça, marcando para sempre o antes e o depois. "Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem" . A compreensão da incompreensível impossibilidade de torcer o curso à história do que afinal pareceria equação simples: bastaria que a sensibilidade da totalidade holística, entendimento integral dos fenômenos, presente nas potencialidades humanas, se resignasse a entender a tremenda dimensão e diferença contidas na mensagem , essência e conteúdo da vida desse excelso Homem, tão bem expressa na sua alocução na montanha algum tempo antes : "haveis ouvido que foi dito olho por olho e dente por dente, ( puro ego humano) mas um novo mandamento vos dou: AMAI-VOS UNS AOS OUTROS", ( é o ego humano novamente, bem melhor motivado) sem o que não há como santificar e sublimar construtivamente as frustrações humanas, participando eficientemente do processo evolutivo da humanidade.

ERASMO FIGUEIRA CHAVES São Paulo , 15 / 1 / 2000

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