Erasmo Figueira Chaves
Perguntam-me de chofre em pleno dia de sol esplendoroso e desanuviado, quem sou eu e onde estou, ao que com alguma gentil coragem, natural modéstia, esforço e titubeio, tento amavelmente responder, perscrutando elaborar, no que acaso alguma vez pela vida arquitetei sentindo ou imaginando: Sou um ser humano, humano como tantos, embora não tão numerosos entre muitíssimos potencialmente iguais, mas sem talvez oportunidades idênticas, ou quiçá sem o vigor da inspiração, da vontade individual, da humildade ao reconhecimento do desafio inexplicável interior, dotado de energia natural responsável, atuando ante, entre e sob forças telúricas eternas maravilhosas, algumas, algumas das quais, vagando no etéreo da existência, inconsequente, responsável ou, quem sabe, irresponsavelmente e, em cujo meio preciso, único e particular devo desenvolver com esforço, tenacidade, a tarefa consciente, vital, lúcida e contínua de cumprir um destino tele-intencional, auto-dialogante, transcendente, a que tento imprimir convicta e vigorosamente o caráter da individualidade embora imperfeita, mas sã, ciente sobretudo, sobremodo e contudo, da tremenda e irrecusável dependência do todo holístico real, no entanto incongruente, inconsistente, tantas vezes inadvertidamente, com expressão ansiosa, feliz e imprópria ambição de telúrica promessa, olhando atonitamente o incomensurável vazio, prenhe no entanto do colorido intenso das paisagens tentadoras e sonhos esperançosos.
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