Posse do Presidente Benedito Cabral

A Academia Paulistana Maçônica de Letras realizou sessão solene de posse do Presidente Benedito Cabral, no dia 16 de julho, às 10 horas, na Avenida Paulista, 2001 - 13º andar, em São Paulo.
Almoço de Confraternização no Restaurante Picchi, Rua Oscar Freire, 533.

Posse Novos Acadêmicos

Álbum de Fotos do evento em comemoração aos 17 anos de fundação da Academia Paulistana Maçônica de Letras e da posse dos acadêmicos Luiz Flávio Borges D'Urso e José Maria Dias Neto.
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quarta-feira, 1 de julho de 2009

Mãe...

Erasmo Figueira Chaves


Mãe, só há uma! ... Candura, Ternura, popular vozerio,

Adágio, Provérbio, para leveza de pluma, com espírito santo e pio,

Alçado em voz de trovão, cantado com o seu perdão,

Soberba altiva em palácio de abastada raiz ou em simpleza modesta,

Na imensa margem de rio a correr brando ou bravio...



Mãe, só há uma? ... Quantas, quantas vezes

Numa só vida de fato, são, nossa, são muitas mais! . . .

São duas, são três, são quatro, cinco, seis, quantas vezes infinitas

Requeira a maternidade, formada em reta cerviz

Boa cepa, e sã matriz.



Mãe casada, mãe criança, mãe solteira, mãe por acaso ou besteira,

inconsciente, radiante como excelsa imperatriz, de boa ou de sã raiz,

sempre será verdadeira

na motivação motriz,

Às vezes é inconsistência, infância mal conduzida, tantas vezes só rasteira, ignorância, impudência,

por falta de boa esteira

Onde apoiar a vivência, em meio a tanta carência, instrução como aprendiz,

por não ter onde espelhar-se, numa infância de ausência,

por não saber, pura e simples, que fazer pra ser feliz ou quiçá tão infeliz,

por irresponsabilidade, por ser mera

inconsciência

De ancestral paternidade,

sem ter real consciência do que é

a sanidade e a total vitalidade

a verter lágrimas legítimas,

sem as quais, puras e santas,

do Gólgota o sagrado choro,

pra lavar tantos pecados

da inconstante humanidade,

não teria validade.



Mãe, Benção, Sacrifício,

Constância, Abnegação, noção de ponderação, de equilíbrio e de bom quício,

A presidir todo o drama que gerou dor

por amor

À vida, no seu início.

Santa dor inspiradora,

Operante, Realizadora,

Que nos revela o Poeta

Máximo de nossa cultura,

“Quem quiser passar o Bojador,

Tem que passar além da dor” ! . . .

“Oh mar salgado,

Quanto do teu sal são lágrimas de Portugal?” . . .

“Por te cruzarmos,

Quantas mães choraram,

Quantos filhos em vão rezaram,

Quantas noivas ficaram por casar?” . . .



Assim é a dor de mãe,

De qualquer idade, de qualquer cor, de qualquer sociedade,

de qualquer tugúrio ou cidade, situação, caminho, milagroso fim, trilha, risco, mesmo tendo a vida por um triz,

Dor reveladora,

Impaciente, exigente de conformação e brio

Virtuosidade estimulante da criação,

cedo ou tardia,

com ou sem sentido do certo ou do errático,

do sentido do dever e do Amor,

quando é levado aos píncaros da dor.



Mesmo não sendo bonitas, quanta beleza a brotar

Da casa de palafitas e da verdade de amar.

A darem vida, que em vida quase a não têm vivida

Em suas limitações, só vida de mãe sofrida

Amalgamada de dor por essa vida querida

Que é fruto do seu amor!

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