Sentimentos, incógnitas, pretensões,
Venturas, agruras, emoções ou sorte,
Não passa em sua essência de razões
Escassas, conquanto possa ser a morte,
Ou a mera inteligência das ações
Erasmo Figueira Chaves
O que é a vida? Para Que serve? Qual o seu fim? Perguntas sobre esse enigma, só podem ser respondidas com um pouco de especulação pessoal intima e filosófica sobre a Verdade, a Verdade íntima inteligente e humilde, de quem busca sabiamente, enigma e desafio que a cada um lhes é dado sob o prisma do livre arbítrio, de buscá-la, decifrá-la, na medida de sua constituição psíquica e espiritual, de seus aprofundados conhecimentos e espírito humilde de pesquisador revelador. Entretanto analisemos alguns pontos:1º) Vida é tudo o que a natureza nos permite objetivamente vislumbrar, através da observação prática e psíquica dos sentidos, de tudo o que é científica ou intuitivamente possível observar e gravar em neurônios, inferir, observar, testar a natureza dos vegetais, dos animais, do Cosmo, da Essência do Todo e do particular, da materialidade física que nos rodeia. A vida vegetativa, que apesar de originariamente constituir-se no vegetal é profundamente dinâmica e real, oriunda da vitalidade da luz e da fotossíntese, a árvore que transforma o anidrido carbônico em oxigênio, base essencial da vida animal, a existência enigmática e maravilhosa, clarividente dos vegetais, das flores, portanto dos pássaros e animais, a matéria rudimentar e objetiva de rochas, poeiras e sedimentações, onde vamos encontrar sob a mira acurada do microscópio os mesmos elementos básicos, na matéria e no animal, que permitem a possível vida humana: o ferro, o cálcio, a água, o molibdênio, o fósforo, etc., etc., ou seja os mesmos elementos materiais da natureza, os inúmeros fatores materiais sintetizados, que no corpo humano e nas proporções exatas infinitivamente dosadas, transformadas em aminoácidos e outras substâncias essenciais, geradoras dos fenômenos vitais e de uma freqüência especial elétrica cerebral, permitem ao homem e ao seu cérebro o fenômeno da razão e inteligência cognitiva, o comando de todas as suas funções vitais fundamentais e portanto nele consistem os fatores básicos e fundamentais do entendimento.2º) Estes fatores fundamentais produzem no ser possuidor de razão e inteligência a ânsia ou necessidade de Saber, tornando-se um fator inato promotor do conhecimento.3º)Entretanto a ânsia ou necessidade do SABER a qualquer custo, através da soberbia natural do ego humano e de sua razão inteligente, sem a necessária ponderação e humildade, criam a tendência ao dogma e, a dogmatização cria as características de espíritos tacanhos cujo resultado é a obnubilização ou obscurantismo da Verdade transcendente e cristalina, impedindo o crescimento e esclarecimento progressivo. 4º) Daí concluir-se, que o Sábio, o Pensador e o verdadeiro iniciado nas coisas do espírito e sua transcendência é em sua intima e concreta natureza humilde, quando se confronta ou enfrenta com problemáticas superiores ao imediato e natural entendimento ou compreensão. Por alguma razão deste tipo teve Sócrates a famosa frase “ . . . eu só sei, que nada sei . . . “. A Verdade é independente e se revela quando expressa revolta contra a tirania, o dogmatismo, o absolutismo e a arbitrariedade dos sistemas desvirtuados de utilidade coletiva transcendente. O repouso da inteligência e razão satisfeitas só pode ser alcançado pelos ensinamentos da Procura do que é virtual, real e Verdadeiro e portanto perene ou transitório à perenidade. 5º) O exercício da meditação, a humildade presente em todo o processo meditativo, a sanidade e pragmaticidade dos conceitos indagativos, permitirá ao iniciático instruir-se em busca da verdade intrínseca das coisas materiais e da relação coletiva em busca da Verdade irretroquivel.6º) A qualidade sempre superará a quantidade no prisma do saber, da Verdade e da justiça. O presunçoso estará sempre mais distante da Verdade que o mero ignorante em meio à sua autêntica humildade, contritamente cheio de ânsia do saber.
CHEGADA À VIDA
Erasmo Figueira Chaves
Chega à vida
Sem cueiros ou parteira,
E Sai da lida
Da mesma maneira . . .
Não porque o queira,
Mas assim é tida
pelo simplório, a vida inteira,
ao absorvê-la sem regá-la
Tanto traz à vinda como o leva à ida,
Assim Deus requeira
O que é justo brinde
Ante tanta asneira
Com que à vida agride.
Trágica pobreza e visão matreira
De quem viva sem eira nem beira,
A ansiar apenas boa mamadeira
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