Posse do Presidente Benedito Cabral

A Academia Paulistana Maçônica de Letras realizou sessão solene de posse do Presidente Benedito Cabral, no dia 16 de julho, às 10 horas, na Avenida Paulista, 2001 - 13º andar, em São Paulo.
Almoço de Confraternização no Restaurante Picchi, Rua Oscar Freire, 533.

Posse Novos Acadêmicos

Álbum de Fotos do evento em comemoração aos 17 anos de fundação da Academia Paulistana Maçônica de Letras e da posse dos acadêmicos Luiz Flávio Borges D'Urso e José Maria Dias Neto.
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quarta-feira, 1 de julho de 2009

O PODER “EMANA” DO POVO


Erasmo Figueira Chaves



É lá no RENASCIMENTO, onde, o pensamento excitante, titubeante,  mas vibrante, relativamente livre, dinâmico, de pronto surge instigante,  é quando  as idéias e a arte,  começam a funcionar com poder germinador avassalador. É lá, nesse ressurgir do promissor amanhecer, precisamente a partir daí, depois do obscurantismo, da escuridão de quase um milênio,  que começam a brotar as ideias da Escola Pública, O Livre Exame,  a vislumbrar-se conscientização, a ciência moderna, os Ensaios,  Os Institutos, onde os espíritos valorosos especulativos, quanto investigadores, correndo tantas vezes riscos consideráveis,  começam sabiamente a “iluminar” mentes e espírito,  a produzir precursores e estágios de certa liberdade na concepção da dignidade humana, na reformulação ou nos reformadores, que conduzem ao iluminismo e iluministas e,  estes  à maravilhosa produção do pensamento vigoroso e vital, à criação do ensino público, este ensino ao esclarecimento dignificante  e posteriormente a todo o estofo que vai formular o sub extrato fabulosamente crítico e redentor da República Democrática.  Eis o regime que hoje perfilamos na República Democrática Brasileira, presidida por democrática  Constituição, graças a Deus ! . . .Em política, como em qualquer outra área, quem fala para o povo, ou seus circunstantes,  precisa conscientizar-se de uma verdade insofismável, já sentenciada pelo grande Montaigne em 1592, uma das figuras mais citadas das letras francesas: “ As palavras pertencem metade a quem as fala, a outra metade a quem as ouve”. (“Montaigne, 1592”)    Daqui se depreende que a linguagem precisa ser proferida com a propriedade expressiva do perfil histórico presente e real de quem a use ou a esgrime: o perfil da dignidade, da coerência e da verdade reconhecida espontaneamente pelos ouvintes. Aqueles que realmente ouvem e querem ouvir.  Metade do que disser pertence-lhe evidentemente, com a liberdade ou crédito eventual que lhe seja  democrática e cortesmente reconhecida, a outra metade depende da CREDIBILIDADE que o ouvinte lhe atribua ou reconheça.Daí, o que diga ou disser, será bálsamo cicatrizante, orientação promissora, verdade reconhecida ou incontestável, exemplo a seguir,  ou ao contrário, na melhor das hipóteses, será um  deplorável depoimento, geralmente em silêncio repudiado.Esta expressão, tão aparentemente capciosa, ou ambígua, mas cheia de secreto e objetivo conteúdo,  proferida nos primórdios do Renascimento, pelo grande pensador filósofo  acima citado, pronunciada hoje ao acaso, na sua sucinta mas profunda  simplicidade e conteúdo, sugere-nos, expressa-nos bem entretanto, oportunidade para extensa e intensa meditação democrático-republicana, pois ao tratar-se de sentença de grande significado,  ao sugerir-se a  imagem  da VERDADE  ou  FALSIDADE projetada  no segredo e  uso,  próprio ou impróprio das palavras,  proferidas tantas vezes tão levianamente,  por inconsistentes políticos faladores sem consistência, sem resistência às tentações e falácias, à demagogia, às falcatruas,  ante a benevolência de certa assistência ou auditório, inocente ou não tão inocente,   na simplória ânsia de angariar votos, custe o que custar, mesmo que seja à custa da própria dignidade ou da alheia, sem o devido respeito e dIscernimento pelo criterioso escrutínio das idéias expostas ao povo,  de onde afinal “emana”,  brota dignificante e florescente o poder, a proba e grandiosa liberdade de escolher, segundo o sagrado dispositivo constitucional do voto individual secreto que escolhe os Servidores do povo e da Nação.  Porque este insano, insensato, caricato e ambicioso político descrito, obviamente reconhece no povo  este poder divino, que lhe é nato, a duras penas finalmente conquistado, tenta manhosamente ou por caminhos tortuosos,  aliciá-lo, manipulá-lo, suborná-lo, enganá-lo com a ínvia PALAVRA sedutora, buscando sempre calculadamente o seu particular e primeiro proveito.Tudo isto está inserido e diligentemente expresso com profundo significado  na frase desse grande  precursor do pensamento crítico, autor dos  seus maravilhosos “Essais” que nos conduziriam  mais tarde, com a participação de tantos outros fantásticos pensadores, cientistas, brilhantes intelectuais, pedagogos e iluministas,   à Republica Democrática, aquela que veio a derrubar a super poderosa Monarquia  Absolutista do “poder Divino dos Reis”, que detinha ávida e ferreamente, O PODER ABSOLUTO sobre o destino,  a vida e a morte dos concidadãos, e,  o transfere agora para o  poder Divino do povo,  divina e inspiradoramente  transferido constitucionalmente,  como e  onde efetivamente se consubstancia e consagra civilizadamente o voto secreto. Desde então passa o povo a ter de fato e de direito a sua tão aspirada soberania: “O PODER EMANA DO POVO !”  Cabe a este, entretanto,  estar alerta, bem alerta, desperto,  consciente desse falatório barato, perseguidor, despropositado, falso, maroto, enganador, desleal, desonesto. Deve O POVO prevenir-se,   preparar-se diligente e prudencialmente,  instruir-se técnica, tática,  ética, cultural e psiquicamente para administrar sua individual consciência com propriedade, inteligência, exercer com sentido de justiça o seu sentimento,  testemunhar  aos quatro ventos este poder divino que o responsabiliza tanto e o  dignifica.  É seu dever saber definir realmente o que é importante para o presente e para o futuro,  para si e para a sociedade a que pertence, desenvolver consciência social do BEM COMUM, saber apuradamente escolher o trigo entre o joio e, votar, votar com convicção,  sabedoria e probidade, votar conscientemente em quem tenha o mérito do trabalho honesto em benefício do povo, em quem tenha um currículo ético claro, de constante coerência, integridade, sem  quaisquer manchas ou dubiedade.  Essa é a essência da sanidade e da concepção correta  do “PODER DO POVO!”. . .Tenhamos pois, muito em  conspícua consideração e, meditemos seriamente,  na velha e aparentemente capciosa, ardilosa mas lúcida frase, do sábio Montaigne: . . . “ As palavras pertencem metade a quem as fala, a outra metade a quem, as ouve” ! . . . 

(Montaigne, 1592)  

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